quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pensar é subversivo

Atenção pessoas! Leiam este texto enviado por Thiago Gouvêa que trabalha na Secom. Tem tudo a ver com comunicação

O pensamento espia o fundo do inferno

Bertrand Hussel (1872-1970)

O homem teme o pensamento como nada mais sobre a terra, mais que a ruína e mesmo mais que a morte. O pensamento é subversivo e revolucionário, destrutivo e terrível; o pensamento é impiedoso com os privilégios, com instituições estabelecidas e com hábitos confortáveis. O pensamento é anárquico e indiferente à autoridade, descuidado com a sabedoria curada pela idade.

O pensamento espia o fundo do inferno e não se amedronta. Ele vê o homem como um frágil graveto circundado por desmesurados abismos de silêncio. Não obstante, ele se porta orgulhosamente, imutável, como se fosse o senhor do universo.

O pensamento é grande, ágil e livre, é a luz do mundo e a verdadeira glória do homem. Mas se for para fazer do pensamento a possessão de todos e não o privilégio de alguns, nós teremos que acabar com o medo. O medo que restringe o homem. Medo de que suas crenças queridas se revelem como ilusões, medo de que as instituições pelas quais vive se provem maléficas, medo de que ele próprio se reconheça menos digno de respeito do que sempre supôs ser.

Deveriam os trabalhadores pensar livremente sobre a propriedade? Então o que aconteceria conosco, os ricos? Deveriam os jovens pensar livremente sobre sexo? Que aconteceria então com a moralidade? Deveriam os soldados pensar livremente sobre a guerra? O que aconteceria então com a disciplina militar?

Abaixo o pensamento! De volta às sombras do preconceito, sem o que a propriedade, a moralidade e a guerra estarão ameaçadas. É melhor que os homens sejam estúpidos, indolentes e opressivos, do que sejam seus pensamentos livres. Pois se seus pensamentos se tornassem livres, eles poderiam não pensar como nós. E, a qualquer custo, esse desastre deve ser evitado.


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2 comentários:

Guilherme Diogo Rodrigues disse...

Ola, gostaria de saber da onde foi retirado esse texto de Bertrand Russel.
Gosto muito das publicações dele, li uma livro chamado Crimes de guerra no vietnã, onde ele expõe as atrocidades cometidas pelos americanos. E mostra suas cartas enviadas ao The New York Times, sendo que algumas foram censuradas pelo meio de comunicação!
Ele é um dos maiores defensores da liberade de expressão e um opositor fidagal do sistema imperialista!

abraço!

Regina Vianna Brizolara disse...

Bela reflexão que o texto nos coloca.
Pensamos sobre o que assistimos, lemos ou escutamos no dia a dia?
Jornais, TV, rádio, revistas nos bombardeiam! Existe abertura para que todos os envolvidos se posicionem?
É preciso pensar, fazer a crítica!
Ou...Lá se vai o hábito de pensar e inconscientemente o transformaremos em algo "subversivo"!

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